Myrna Silveira Brandão
A tradicional Fórum do Festival de Berlim optou por celebrar sua 50ª edição em 2020, exibindo os filmes que integraram a Mostra no ano em que foi fundada.
Divulgar agora a relação com os filmes que foram mostrados é importante também para dar conhecimento da restauração de vários títulos da cinematografia mundial e que constituem a peça central do arquivo de filmes independentes do Arsenal – Instititue for Film and Video Art, que é a única coleção do gênero no mundo.
Para os organizadores, trazer o programa de 1971 de volta à tela grande foi uma forma de lembrar uma época tão marcante na sociedade quanto na cultura.
A relação entre os filmes, bem como seu contexto histórico e nossos dias atuais foi o assunto de um dos painéis do programa.
Quando Ulrich, Rika Gregor e seus colegas fundaram o Fórum Internacional do Novo Cinema, estavam visualizando as muitas inovações da cinematografia da época e a necessidade de manter viva a história do cinema.
Os filmes feitos em países que ainda não tinham surgido no mapa mundial do cinema celebraram suas estreias em Berlim, assim como foram apresentados muitos trabalhos experimentais.
A programação foi constituída de verdadeiras obras primas do cinema mundial como “Reconstruction”, de Theo Angelopoulos (1970) – Grécia; “The Ceremony”, de Nagisa Oshima (1971) – Japão; e Obsessão, de Luchino Visconti (1943) – Itália, que é considerado precursor do movimento italiano do Neo realismo.
Relação dos filmes restaurados que constaram da Mostra
Reconstruction, de Theo Angelopoulos (1970) – Grécia
Angela Davis: Portrait of a Revolutionary, de Yolande du Luart (1971) – EUA / França
El Cuarto Poder, de Helena Lumbreras e Mariano Lisa (1971) – Espanha
The Passengers, de Annie Tresgot (1971) – Algeria
Eldriged Cleaver, Black Panther (1970), de William Klein – Algeria /França
The Ceremony, de Nagisa Oshima (1971) – Japão
The Great Chicago Conspiracy Circus (1970) – Canadá
The Big Mess, de Alexander Kluge (1971) – República Federal da Alemanha
I-Outside-Objects, de Klaus Bessau (1970-1971) – República Federal da Alemanha – curta-metragem
Mare’s Tail, de David Larcher (1969_ – UK
My Neighbours, de Mel Hondo (1971) – França
Monanganbee, de Sarah Maldoror (1969) – Algeria
Les mots ont un sens, de Chris Marrker (1970) – França
The Murder of Fred Hampton, de Howard Alk (1970) – EUA
It is not the Homossexual who is Perverse, but the Society in which he lives), de Rosa von Praunheim (1971) – Alemanha
Obssession, de Luchino Visconti (1943) – Itália
Ostia, de Sergio Citti (1970) – Itália
End of the Dialogue, de Antonia Caccia, Chris Curling, Simon Louvish, Nana Mahomo, Vus Make, Rakhetla Tsehlana (1970) – África do Sul
A Bonus for Irene, de Helke Sander (1971) – República Federal da Alemanha
Ramparts of Clay, de Jean-Louis Bertucelloi (1970) – França / Algeria
Something Self Explanatory, de Harun Farocki e Hartmut Bitomsky (1971) – República Federal da Alemanha
Happiness, de Alexandr Medvedkin (1935) – URSS
Sochaux: 11 Juin 68, de Bruno Mel, Groupe Medvedkine de Sochaux (1970) – França
Soleil Ô, de Med Hondo (1967) – França / Mauritania
Les trois-quarts de la vie, de Groupe Medvedkine de Sochaux (1970) – França – curta-metragem
W.R. – The Mysteries of Organism, de Dusan Makavejev (1971) – Yugoslavia
The Woman’s Film, de Newsreel Group (Judy Smith, Louise Alaimo, Ellen Sorin (1970) – EUA
Eyes do not want to close at all times or perhaps one day Rome will permit herself to choose in her turn (Othon), de Jean-Marie Strau e Danièle Huillet – República Federal da Alemanha