por Carlos Augusto Brandão
O Festival de Nova York, que acontecerá de 30 de setembro a 16 de outubro, anunciou a programação de sua já tradicional mostra Revivals, que se caracteriza por trazer de volta aos espectadores filmes recuperados, na forma de um retorno, um voltar à vida de forma nova e diferente.
A seleção traz obras de renomados cineastas restauradas digitalmente e preservadas com o apoio de generosos parceiros.
“A Batalha de Argel” (1966), de Gillo Pontecorvo, que abriu o NYFF no ano seguinte, retorna ao festival no seu 50º aniversário numa nova restauração em 4K. Com a trilha do lendário compositor Ennio Morricone, fotografia em P&B e com o efeito estonteante de imagens de arquivo, esta releitura potente do levante argelino ainda causa impacto.
Também retornando à tela grande, o último filme de Robert Bresson “O Dinheiro” (1983), e o documentário ganhador do Oscar “Harlan County: Tragédia Americana” de Barbara Kopple (EUA), sobre a greve dos mineiros de Kentucky e que estreou no festival há 40 anos.
Revivals também presta homenagem ao falecido mestre francês da nouvelle vague Jacques Rivette com um programa de seus primeiros três curtas-metragens. “Aux Quatre Coins” (1949); “Le Quadrille” (1950); e “Le Divertissement” (1952). Descobertos por sua viúva no início deste ano, esses trabalhos oferecem um vislumbre fascinante do processo de experimentação precoce de Rivette.
A programação traz ainda “História de Taipei” (1985), de Edward Yang, estrelado pelo cineasta chinês Hou Hsiao-hsien; a obra-prima “Contos da Lua Vaga” (1953), de Kenji Mizoguchi; “Memórias do Subdesenvolvimento” (1968), de Tomás Gutiérrez Alea, o retrato da revolução cubana, através dos olhos de um escritor desencantado; “O Ídolo Vivo” (1957), de Albert Lewin; e Pânico (1946), do francês Julien Duvivier.
“A Face Oculta” (1961), único filme dirigido pelo consagrado ator Marlon Brando, também integra a seleção. A restauração foi realizada pelos Estúdios Universal com o apoio da Film Foundation, de Martin Scorsese.