Arquivo para novembro, 2014

Tecnicolor é tema na retrospectiva da Berlinale

Publicado em: 15 de novembro de 2014 por CPCB Nenhum Comentário

por Myrna Silveira  Brandão  

Trinta clássicos em tecnicolor – alguns deles recém-restaurados – serão apresentados na tradicional Retrospectiva do Festival de Berlim (05 a 15.02.15) que promete ser um grande espetáculo a cores.

A 65ª edição do evento celebrará o 100º aniversário do início da criação da “Cor por Tecnicolor”, um processo que se transformou numa lenda para muito além de Hollywood.

Ao fazer o anúncio, Dieter Kosslick, diretor da Berlinale,  destacou a importância dessa retrospectiva.

“O vermelho em brasa dos céus sulistas de E o Vento Levou ou o amarelo brilhante das capas de Cantando na Chuva eram cores dramaticamente intensas e, naqueles dias, foram uma sensação. O processo do tecnicolor combinava com as tendências culturais e econômicas da época para produzir grandes obras da arte cinematográfica e que ainda eletrizam as audiências hoje”,  lembrou Kosslick.

Rainer Rother, Diretor Artístico da Cinemateca Alemã, também expressou seu entusiasmo com a realização da Mostra.

“Graças à cooperação com a George Eastman House em Rochester, seremos capazes de apresentar cópias  de algumas das maiores e mais bem preservadas coleções de filmes em tecnicolor, um grande número deles em versões restauradas”, ressaltou Rother, responsável pela curadoria da Retrospectiva.

Para documentar o valor e a importância da iniciativa será editado um livro ricamente ilustrado – “Glorious Technicolor” – com ensaios de renomados autores sobre o tema.

Nova técnica foi sendo aperfeiçoada por décadas

O Tecnicolor número I foi desenvolvido em 1915 por  Herbert T. Kalmus, Daniel Comstock e W. Burton Wescott na Companhia que eles fundaram: a Technicolor Motion Picture Corporation.

Mas o sistema – que utilizava  um divisor de feixe de luz e filtros vermelhos e verdes para registrar e projetar o filme – era ainda limitado e foi recebido com reservas por espectadores e críticos.

Esse ceticismo, aliado aos níveis de exigência de Kalmus e sua equipe, os motivou a realizar melhoramentos no sistema nos anos e décadas seguintes.  O Tecnicolor IV já apresentava um nível de qualidade que deu brilho ao sistema e, pela primeira vez, todo o espetro de cores pode ser reproduzido.

O Tecnicolor se firmou especialmente em melodramas, musicais e filmes de aventura e os exemplos – que serão mostrados na Retrospectiva – são muitos:   Os Três Mosqueteiros, de George Sidney (EUA, 1948), em que jovens lutam num ambiente rosa e azul claro num set inteiramente estilizado e artificial;  O Mágico de Oz, de Victor Fleming (EUA, 1939),  no qual a cor foi usada com tanta intensidade que os atores, nos seus trajes criativos, pareciam quase como se estivessem num desenho animado; e em Os Homens Preferem as Loiras, de Howard Hawks (EUA, 1953), Marilyn Monroe está  num irresistível vestido rosa contra um rico fundo vermelho,  cantando  “Diamonds are a Girl’s Best Friend”.

Serão também apresentados os impressionantes panoramas que caracterizam os faroestes em tecnicolor como poderá  ser visto em Duelo ao Sol, de King Vidor (EUA, 1946), com o vermelho incandescente do sol do deserto;  e em Legião Invencível, de John Ford (EUA, 1949), com o belíssimo cenário do   Monument Valley e suas tonalidades terrosas.

Filmes, música e homenagens para Alice Gonzaga

Publicado em: 2 de novembro de 2014 por CPCB Nenhum Comentário

O Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro e a Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro realizaram, no último dia 27 de outubro, evento em comemoração ao Dia Mundial do Patrimônio Audiovisual e homenagem à preservadora, pesquisadora, produtora e diretora da Cinédia Alice Gonzaga, que completou 80 anos na data.

O encontro – realizado no Auditório Cosme Alves Netto da Cinemateca do MAM – teve depoimentos de Hernani Heffner, Rafael de Luna, Silvia Rabello e Myrna Brandão sobre a carreira e obra de Alice Gonzaga.

Os depoimentos foram antecedidos de filmes familiares da homenageada e de um curta-metragem produzido pelo Arquivo Nacional sobre sua obra, com entrevista em que Alice narra a trajetória da Cinédia e de Adhemar Gonzaga. Antonio Laurindo representou o Arquivo na projeção.

Uma Placa comemorativa da data, oferecida pela Cinemateca do MAM e pelo CPCB, foi entregue a ela por Solange Stecz, diretora do CPCB, que veio especialmente de Curitiba para a cerimônia.

Além de muitos pesquisadores, admiradores e amigos de Alice, a homenagem foi também prestigiada por suas filhas Maria Eugênia e Bebel.

Ao final, muito aplaudida, Alice agradeceu a todos e cantou junto com o auditório os Parabéns em sua homenagem.