Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro

Está no ar a versão digital e nas livrarias a edição impressa do número 60 da revista Filme Cultura, com o tema de capa “Aonde vamos com tanta animação?” Ela pode ser acessada e baixada em PDF através do site da revista.

Um panorama do estado geral do cinema de animação no Brasil é o que oferece o dossiê preparado por estudiosos do gênero, jornalistas, críticos e também animadores. A edição contou com a consultoria amigável e informal de diretores do Anima Mundi – Festival Internacional de Animação do Brasil e da Associação Brasileira de Cinema de Animação.

Os artigos cobrem uma vasta gama de aspectos da imagem animada, dos longas de cinema às séries de TV e aos games. Discorrem sobre técnicas, som, conjuntura de produção, documentários animados e o status da animação brasileira no recuo histórico e nas manifestações regionais. O animador Roberto Miller (1923-2013) tem seu perfil traçado pelo filho, Roberto Maia. O ilustrador e animador Alê Abreu assina um ensaio gráfico a partir de sua obra premiada. Seu colega José Araripe Jr. preparou um flipbook especial para esta edição, que só poderá ser desfrutado “em movimento” na edição impressa.

O sucesso de 21 anos do Anima Mundi, a organização dos profissionais, o aquecimento sem precedentes do mercado, a recente premiação máxima do longa Uma história de amor e fúria no Festival de Annecy – tudo converge para um momento especial na animação brasileira. Esta edição da Filme Cultura quer não apenas celebrar uma metamorfose em andamento – de patinho feio a cisne do audiovisual brasileiro, na feliz imagem cunhada por Daniel Caetano no título do seu artigo –, mas também o desejo de investigar os desafios e as limitações que ainda tolhem uma explosão mais potente da nossa animação.

A revista traz também seções tradicionais, com textos sobre o filme Sagrado segredo, de André Luiz de Oliveira, entrevistas com Lúcia Murat e Adirley Queirós, resenhas de livros e curtas.

No site da Filme Cultura o internauta pode encontrar, além da edição completa para leitura e download, os locais de aquisição da revista impressa e materiais exclusivos online.

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por Carlos Augusto Brandão

O Festival de Nova York (27.09 a 13.10) apresentará uma Mostra intitulada “Revivals”, com filmes recém-restaurados que terão seu relançamento durante o evento.

No texto enviado à imprensa, a organização informa que “a  mostra se caracteriza por trazer de volta aos espectadores filmes recuperados, na forma de um retorno, um voltar à vida, um reviver de forma nova e diferente”.

Ken Jones, diretor do NYFF, ressaltou que os filmes constantes da “Revivals”  representam um corte transversal  na história do cinema.  “Para mim, revisitar os filmes antigos pode ser uma experiência mais rica do que ver novos filmes. Se você estiver vendo qualquer um desses filmes pela primeira vez, terá uma experiência inesquecível”, disse Jones, em sua primeira edição à frente do evento, após substituir Richard Peña que dirigiu o festival por 25 anos.

A Mostra, com onze títulos, é constituída dos seguintes filmes:

A Idade da Inocência, 1993 – de Martin Scorsese. Neste filme de época, passado na alta sociedade nova-iorquina de 1870, não há violência explícita, mas o diretor expõe lutas interiores tão ou mais violentas que aquelas, a dos sentimentos. Tudo ocorre sob a capa dos bons costumes, discrição e elegância. Como definiu Michelle Pfeiffer, protagonista do filme, na época do lançamento, “o derramamento de sangue é emocional”.  O relançamento no NYFF é a primeira sessão depois de ter sido restaurado pela Sony Pictures.

Dois filmes de Leos Carax (França): a fábula em preto e branco Boy Meets Girl (1984), sua estreia em longas; e Sangue Ruim (1986).

Senda do Terror, de Arthur Ripley (1946). Adaptado do livro The Black Path of Fear, de Cornell Woolrich, o filme é um clássico do cinema noir.  Durante muitos anos, Senda do Terror estava disponível somente em cópias de baixa qualidade. Quando um negativo foi encontrado na Europa, o filme foi restaurado pela UCLA Film & Television Archive, com o patrocínio da The Film Foundation e da The Franco-American Cultural Fund. Imperdível.

Manila in the Claws of Light, de Lino Brocka – Filipinas (1975). O filme foi restaurado pela World Cinema Foundation e pelo The Film Development Council of the Philippines na Cineteca di Bologna/L’Immagine Ritrovata, em associação com Cinema Artists Philippines e Mike de Leon. O diretor morreu tragicamente em um acidente de carro com a idade de 52 anos.

Mysterious Object at Noon, do cultuado Apichatpong Weerasetakhul – Tailândia (2000).  Restaurado pelo Austrian Film Museum, em colaboração com a The World Cinema Foundation.

Providence, de Alain Resnais (1977). Restaurado pela Jupiter Communications em colaboração com o Diretor de Fotografia Ricardo Aronovich.

Duas joias noir pouco vistas de Nicholas Ray, restauradas pela Warner Brothers, em colaboração com a The Film Foundation e The Nicholas Ray Foundation:  Amarga Esperança (1948) e Paixão de Bravo (1952).

Vagas Estrelas da Ursa Maior, de Luchino Visconti (1956).  Restaurado por Sony Pictures Entertainment e Fondazione Cineteca di Bologna, em colaboração com Archivio Storico dele Arti Contemporanee (ASAC).

Justiça Injusta, de Cy Endfield (1950). Um noir clássico restaurado pela UCLA Film & Television Archive e The Film Noir Foundation.