Arquivo para setembro, 2011

Rico Ri à Toa

Publicado em: 17 de setembro de 2011 por CPCB 1 Comentário

Primeiro trabalho de Roberto Farias, além de ser título integrante de uma fase importante da história do Cinema Brasileiro, o filme é um exemplo de resgate de memória cultural através do registro de imagens e traços da época como arquitetura, vestimenta, carros, gírias, costumes, jargões e inúmeras canções.

O filme não foi lançado em dvd e não tinha cópia adequada em 35mm para sua difusão. A restauração do filme e sua volta aos espectadores traz também a possibilidade de um maior reconhecimento ao protagonista, o excelente comediante Zé Trindade. Segundo consta, apenas dois filmes do ator (em matriz de preservação) ainda existem: O Massagista de Madame e Rico Ri à toa, agora restaurado com patrocínio da Petrobras, incentivado pelo MinC, e apoio da Labocine.

O trabalho de restauração foi realizado entre janeiro de 2008 e setembro de 2010, pela equipe da Labocine liderada por Francisco Sérgio Moreira. Contou com a supervisão de Carlos Augusto Brandão e Myrna Silveira Brandão, do Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro, e com a avaliação final do diretor Roberto Farias e do produtor Riva Farias. Dali resultaram um novo master restaurado (IP), IN novo de som e imagem e cópia em 35mm.

A Hora da Estrela

Publicado em: 16 de setembro de 2011 por CPCB 1 Comentário
Poster de A Hora da Estrela

Poster de A Hora da Estrela

Baseado no romance de Clarice Lispector, o filme dirigido por Suzana Amaral e produzido pela Raiz conta a história de Macabéa, uma imigrante nordestina semi-analfabeta, que trabalha numa pequena firma e mora numa humilde pensão.

Fiel ao romance de Lispector, o filme retrata uma das personagens mais comoventes da filmografia brasileira, bem como expõe a solidão das grandes metrópoles e os aspectos perversos a que muitas vezes são submetidas pessoas ingênuas e sonhadoras.

A Hora da Estrela deu o Urso de Prata de melhor atriz para Marcélia Cartaxo, no Festival de Berlim de 1986 e foi o melhor filme no Festival de Brasília (1985), de Havana (1986) e em Aveiros, Portugal (1988).

O filme foi restaurado em 2009 pelo Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro, em projeto patrocinado pela Petrobras, incentivado pelo Minc, através da Lei Rouanet e apoiado pela Labocine do Brasil. A restauração foi realizada na LaboCine por equipe coordenada pelo restaurador Francisco Moreira.

O Homem que Virou Suco

Publicado em: 15 de setembro de 2011 por CPCB 2 Comentários

O Homem que Virou Suco, de João Batista de Andrade, teve sua restauração concluída em 2006. Rodado originalmente em 16mm, o filme foi ampliado para 35mm, gerando a única matriz de imagem existente, pois os originais de câmera não foram localizados. As dificuldades para uma preservação adequada, além dos problemas de natureza fotográfica resultantes do processo de ampliação, comprometeram a qualidade da imagem da matriz.

Durante o processo de restauração, a matriz existente foi duplicada fotograficamente por processo especial, o que eliminou a maior parte dos defeitos encontrados. Os demais foram eliminados através de aperfeiçoamento
digital. O tratamento digitalizado aplicado à matriz sonora possibilitou a gravação de novo negativo, livre das imperfeições existentes.

O trabalho foi realizado em 2005 e 2006 pela equipe liderada por Francisco Sérgio Moreira. Contou com a supervisão de Carlos Augusto Brandão e Myrna Silveira Brandão, do Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro, e com a avaliação final do diretor do filme.

Memória da Memória

Publicado em: 14 de setembro de 2011 por CPCB 5 Comentários

Muito antes das facilidades da internet, bem antes que as universidades elegessem o cinema como tema de estudos aprofundados, o Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro teve um papel pioneiro na formação da nossa memória audiovisual. Criado em 1970, por iniciativa de um grupo de pesquisadores e cineastas liderado por Paulo Emílio Salles Gomes, o CPCB unificou esforços pela primeira vez, contribuindo para o surgimento de uma ideia de comunidade entre os pesquisadores e inaugurando, no Brasil, uma consciência sobre a necessidade de preservação dos filmes e de seus subprodutos culturais.

Essa história foi contada no livro MEMÓRIA DA MEMÓRIA – Uma História do Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro, editado em 2006 pelo CPCB com patrocínio da Petrobras, através da Lei Rouanet.

A ideia de organizar MEMÓRIA DA MEMÓRIA surgiu da necessidade de se documentar a própria trajetória de uma entidade ligada à nossa  memória. Além disso, era importante, em reconhecimento aos pioneiros, resgatar entendimentos fundamentais nas reuniões e encontros realizados na época, que resultaram na criação do Centro.

Impunha-se, ainda, o dever de lembrar um momento histórico da pesquisa cinematográfica brasileira e de que forma ela era então realizada, apoiada fundamentalmente em esforços individuais e, muitas vezes, ante a  precariedade das fontes e recursos disponíveis.

Por último, era necessário registrar uma das primeiras preocupações surgidas no meio cinematográfico brasileiro com a preservação da nossa memória fílmica.

O trabalho foi realizado através da compilação de material em poder de diversos pesquisadores e dados preservados por presidentes, diretores e outros componentes que participaram de gestões do Centro ao longo de todos esses anos. Dele consta o texto-base “Memória de Pesquisas e de Pesquisadores”, de José Tavares de Barros, remanescente das primeiras reuniões em que tomou corpo essa idéia.

Uma Cronologia indica momentos marcantes da trajetória do CPCB, bem como as principais ações realizadas até o presente, incluindo toda a mobilização dos pioneiros para a fundação do Centro, os encontros, assembléias, as diretorias eleitas e os projetos realizados. Em outras seções do livro, são resenhados os Boletins do CPCB e os lendários Cadernos de Pesquisa, editados com a participação do Centro, assim como os trabalhos de restauração de filmes, as premiações conferidas pela entidade a título de estímulo à pesquisa no cinema brasileiro etc.

O capítulo “Seleta de Textos” repõe em circulação diversos trabalhos relevantes em sua pertinência, todos voltados para a reflexão metodológica e as questões atinentes aos trabalhos de pesquisa e preservação fílmica, na forma exata como foram publicados nos Cadernos de Pesquisa e Boletins de sua época.

MEMÓRIA DA MEMÓRIA inclui ainda verbetes sobre pesquisadores e preservadores célebres já falecidos, assim como uma relação geral das pessoas que fizeram ou fazem parte do CPCB como membros e colaboradores.

MEMÓRIA DA MEMÓRIA – Uma História do Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro

Cadernos de Pesquisa

Publicado em: 14 de setembro de 2011 por CPCB 1 Comentário

A respeito do surgimento dos Cadernos de Pesquisa, nada melhor do que transcrever um trecho da apresentação ao primeiro número, assinada por José Tavares de Barros:

“Nesse contexto, não me parece necessário exaltar os valores intrínsecos e a oportunidade da edição dos textos de Maria Rita, José Humberto e Martha Sirimarco. Prefiro referir-me às felizes circunstâncias que propiciaram sua publicação lado a lado, inaugurando estes Cadernos de Pesquisa. Cada um deles foi apresentado separadamente ao editor de Filme Cultura. Como não cabiam, de imediato, na programação da revista, a Embrafilme fez consulta ao Centro de Pesquisadores sobre seu interesse em publicá-los. Aos poucos, diante da resposta positiva, a própria empresa assumiu a tarefa desta produção gráfica esmerada, destinada a repercussões bem mais amplas do que as do boletim modesto que o Centro poderia imprimir.

(…)

Este primeiro volume dos Cadernos de Pesquisa, finalmente, tem a pretensão de representar um passo a mais na direção de um órgão aglutinador, em bases condizentes com os tempos que correm, de todas as instituições que lutam pela defesa da cultura cinematográfica no Brasil.”

Na parceria com a Embrafilme, o CPCB assumiu os “encargos técnicos de planejamento e revisão” da publicação.

O primeiro número dos Cadernos de Pesquisa saiu em setembro de 1984, como uma publicação do CPCB com o apoio da Embrafilme. Os textos publicados, todos seminais para a pesquisa do cinema brasileiro, foram: “Cinematográfica Maristela (Ltda. e S.A.)”, de Maria Rita Galvão; “Benjamin Abrahão, o Mascate que Filmou Lampião”, de José Humberto Dias; e “Ciclo da Carriço Film em Juiz de Fora”, de Martha Sirimarco.

“Vittorio Capellaro – Italiano Pioneiro do Cinema Brasileiro” foi o tema único da segunda edição dos Cadernos de Pesquisa. O trabalho, de autoria de Jorge V. Capellaro e Victorio G.J.Capellaro, foi impresso em julho de 1986. A introdução, de caráter metodológico, é reproduzida em outra parte do presente livro.

Cadernos de Pesquisa nº 3, editado em novembro de 1987, também foi monotemático. Trouxe a Bibliografia Brasileira do Cinema Brasileiro, preparada por Jean-Claude Bernardet (leia a introdução neste livro). O levantamento cobria o período de 1911 a 1987.

Em julho de 1988, apareceu a quarta edição dos Cadernos de Pesquisa, já sob os auspícios do CPCB e da Fundação do Cinema Brasileiro, que veio assumir a área não comercial da Embrafilme. O volume apresentou dois trabalhos sobre o cinema paranaense: a monografia “O Cinema em Curitiba (1897-1912)”, de Giselle Maria Lozza Carvalho, Wânia Savazzi e Patrícia Maria Meireles Nasser (ver a introdução metodológica neste livro); e a contextualização/descrição do filme “Jacarezinho, a Cidade Rainha do Norte do Paraná” (1947), por Solange Straube Stecz e Thelma Penteado Lopes.

A série viria a ser retomada somente em 2010 com a publicação de um número especial, dedicado à memória de José Tavares de Barros (1936-2009) e patrocinada pela Petrobras. Esta edição contempla artigos de diversos autores a respeito de aspectos históricos do cinema em oito estados, além de textos sobre os pesquisadores Valêncio Xavier e Berê Bahia.

Boletim do CPCB

Publicado em: 14 de setembro de 2011 por CPCB Nenhum Comentário

No período compreendido entre março de 1970 e agosto de 1987, o CPCB editou 13 números de um Boletim impresso, dedicado a suas próprias atividades, à divulgação do andamento de pesquisas em vários estados e à publicação de textos de interesse dos pesquisadores. O Boletim do CPCB circulava entre seus associados e na comunidade cinematográfica brasileira.

Um mês depois do encontro de pesquisadores que marcou a instalação do CPCB, em fevereiro de 1970, já começava a circular o número inaugural do Boletim dos Pesquisadores do Cinema Brasileiro. Como constava em sua apresentação, o Boletim, ainda mimeografado, tinha como finalidade “reunir e divulgar informações relativas aos trabalhos dos pesquisadores e aos problemas e soluções encontradas, bem como referentes a todos os acontecimentos de interesse direto ou indireto para o campo específico deste trabalho.”

Nessa primeira edição, preparada pela Secretaria dos Pesquisadores do Cinema Brasileiro (em São Paulo), com a colaboração da Cinemateca do MAM-RJ, o Boletim limitava-se a relatar sinteticamente as atividades, discussões, recomendações e resoluções do I Encontro. Para oferecer sínteses de pesquisas e informações mais variadas a partir do número seguinte, solicitava-se a colaboração e sugestões de pesquisadores e interessados.

O apelo à comunidade cinematográfica ganhava tintas quase dramáticas:

“O Encontro de Pesquisadores de Cinema Brasileiro faz um apelo a todos os cineastas, amigos e familiares destes, entidades culturais, arquivos, bibliotecas, discotecas, prefeituras, laboratórios, distribuidoras, exibidores, produtores e instituições várias, no sentido de que não deixem no esquecimento fitas velhas ou qualquer outro material relacionado com cinema antigo, como por exemplo fotografias, recortes de jornais, coleções de revistas, livros, folhetos, programas, roteiros, vestimentas, peças de cenografia, partituras, etc.  São aquelas coisas velhas que ocupam espaço e não  têm mais utilidade numa residência ou instituição moderna e voltada para atividades sobre o presente, mas que têm interesse inestimável para os pesquisadores. No mesmo caso estão as “sobras”, “pontas”e “cortes”(negativo positivo, som, imagem) de filmes produzidos atualmente. Repetimos aqui o apelo que o Encontro transmitiu pelos jornais: façam das Cinematecas as suas “latas de lixo”de coisas velhas de cinema.”

O segundo número do Boletim só veio à luz quase quatro anos depois do primeiro, em novembro de 1973. Apresentava um relato sucinto do III Encontro (27 a 29 de setembro de 1973) e era editado pelo Centro Audiovisual da UFMG (Divisão de Cinema) e pelo Departamento de Fotografia e Cinema da Escola de Belas Artes da UFMG.

Editado em abril de 1974, o terceiro número do Boletim iniciou a publicação de teses e trabalhos apresentados no III Encontro. Comunicava também o andamento de pesquisas desenvolvidas em Minas Gerais e no Paraná. Os textos compreenderam uma resenha de Paulo Emílio Salles do Gomes do livro A Bela Época do Cinema Brasileiro, de Vicente de Paula Araújo; um comunicado do mesmo Paulo Emílio sobre pesquisa da produção cinematográfica de Cataguases na década de 1920; um arrazoado de Jurandyr Passos Noronha sobre a importância da preservação de filmes (ver neste livro); e um relato de Maria Rita Galvão sobre a sua experiência de pesquisa em torno da História do Cinema Paulista (também republicado neste livro).

Em seu quarto número, de outubro de 1974, o Boletim do CPCB dedicou suas páginas à cobertura do IV Encontro dos Pesquisadores do Cinema Brasileiro. O noticiário sobre pesquisas em andamento já foi bem mais farto do que o divulgado no número anterior. Paulo Emílio publicou um comunicado sobre 40 Anos de Pesquisa Divulgada (ver neste livro). Antônio de Jesus Pfeil deu conta de pesquisas realizadas sobre o cinema no Rio Grande do Sul. Carlos Roberto de Souza expôs sua investigação a respeito da “maturidade de Humberto Mauro”. Apareceram, ainda, notícias sobre pesquisas do cinema paulista e sobre um trabalho desenvolvido com alunos de Comunicação da UFMG.

Em outubro de 1975, saía a quinta edição do Boletim, com um apanhado das atividades do V Encontro do CPCB. O sumário de textos compreendia um histórico da Cinédia, um relato de Guido Araújo sobre as pesquisas cinematográficas na Universidade Federal da Bahia (reproduzido neste livro) e o primeiro capítulo de uma série informativa sobre cineastas mineiros, enfocando Almeida Fleming. Na apresentação, o editor protestava contra a falta de informações e de textos dos diversos núcleos regionais.

O VI Encontro foi relatado em detalhes no Boletim n° 6, publicado em setembro de 1976. Em suas páginas, resumos de comunicações sobre a prospecção de filmes em São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. Igino Bonfioli foi objeto do segundo capítulo da série de José Tavares de Barros sobre cineastas mineiros.

Raquel Gerber redigiu o Editorial do sétimo Boletim (numerado 1/79), em junho de 1979. O texto constava de uma série de perguntas provocativas acerca do “sentido da pesquisa histórica em cinema brasileiro” (ver neste livro). Farta em perguntas, essa edição publicou também um questionário dirigido a dezenas de pesquisadores em todo o Brasil, a respeito de seu perfil e atividades. Em seguida, vinham as respostas de 27 profissionais.

Somente quatro anos mais tarde, em junho de 1983, surgiu o Boletim nº 8, editado pelo Centro Audiovisual e Escola de Belas Artes da UFMG. Seu conteúdo abrangia uma ata do projeto Filmografia Geral do Cinema Brasileiro, da Embrafilme; uma filmografia do cineasta mineiro Igino Bonfioli; e as respostas de mais 14 pesquisadores ao questionário sobre Pesquisa de Cinema no Brasil.

A nona edição do Boletim (dezembro de 1983) divulgou o segundo concurso Cinetema de projetos de pesquisa, promovido pela Embrafilme com a colaboração do CPCB: “Uma idéia na cabeça, lápis e papel na mão” – prova de que ainda não estávamos na era da informática. Além do noticiário de praxe, publicaram-se mais seis respostas ao questionário dos pesquisadores e os seguintes textos de maior vulto: uma pequena história do cinema paranaense por Solange Straube Stecz, Celina Alvetti e Clara Satiko Kano; Cinema Mineiro da Década de 1960 por José Américo Ribeiro; e uma análise do documentário O Velho e o Novo, de Maurício Gomes Leite, por José Adolfo Moura.

Datado de dezembro de 1984, o Boletim nº 10 registrou a realização do X Encontro de Pesquisadores, o surgimento dos Cadernos de Pesquisa (ver adiante) e a criação dos primeiros núcleos regionais. Este número inaugurou uma seção de colaboração dos

sócios, com páginas destinadas ao intercâmbio de idéias, aos debates e eventuais polêmicas. Os primeiros colaboradores foram Sylvio Back, com seu texto República Guarani – Espectro do filme; Antonio Jesus Pfeil, com um texto sobre a produção documental de Ramon Conrad; Carlos Nobre Cruz e Sidney Nolasco Rezende, com uma defesa da exibição da obra de Glauber Rocha na TV.

O noticiário de rotina ocupou a maior parte do Boletim nº 11, editado em janeiro de 1986. Mas houve espaço também para a publicação de pequenos perfis dos principais arquivos de filmes do país e dois importantes comentários metodológicos: o de Hernani Heffner a respeito de sua pesquisa sobre o fotógrafo Edgar Brasil (reproduzido neste livro); e o de Lécio Augusto Ramos, Luca Maria Bravo e Osmar José Guimarães da Silva sobre a pesquisa de indexação da revista Cinearte. Ambos os trabalhos haviam sido selecionados no concurso Cinetema II.

O décimo-segundo número do Boletim, publicado em agosto de 1986 com apoio da Embrafilme, abriu espaço nobre para a discussão do ensino de cinema no Brasil. Sobre o tema, apareceram textos de Moniz Sodré (RJ), José Tavares de Barros (MG), Luiz Felipe Cabral e Beatriz Dantas Lemos (MG), Ana Rita Mendonça e Paulo Andrade de Lima (RJ), Gioconda Caputo (DF), Marília Franco (SP) e Máximo Barro (SP).

Em agosto de 1987, o CPCB lançou o seu último Boletim impresso, de número 13. O artigo de capa, de Jurandyr Noronha, versava sobre “As Constituições e o Cinema Brasileiro” e incorporava uma descrição, cena a cena, do documentário de Lima Barreto sobre a promulgação da Carta de 1946. Lúcia Lahmeyer Lobo publicou orientações sobre a organização de recortes de jornais (ver neste livro). José Tavares de Barros abordou a pesquisa de cinema na Itália. Sylvio Back teve reproduzida sua carta ao Correio Braziliense apontando o esvaziamento político do Festival de Brasília. Os estatutos do CPCB ocuparam a contracapa.

O País de São Saruê

Publicado em: 14 de setembro de 2011 por CPCB Nenhum Comentário

O País de São Saruê, de Vladimir Carvalho, foi restaurado em 2004. Filmado em 16mm e posteriormente ampliado para 35mm, o original de 16mm encontra-se desaparecido. A restauração foi feita a partir do internegativo 35mm existente.O tratamento aplicado ao original sonoro gerou um novo negativo de som reequalizado e remixado.

Dentro dos limites técnicos possíveis de uma restauração ótica, a duplicação da matriz de imagem procurou eliminar as imperfeições causadas pela manipulação e preservação inadequadas. Devido à precariedade dos materiais disponíveis, algumas poucas cenas não puderam reaver o seu estado original. A restauração ótica, no entanto, além de impedir a perda da obra, permitirá que numa etapa posterior os danos venham a ser minimizados através de um aperfeiçoamento digital.

O trabalho de restauração contou com a supervisão do diretor do filme e de Carlos Augusto Brandão e Myrna Brandão, do CPCB. Na marcação de luz e na avaliação final de som e imagem, participou o cineasta Walter Carvalho, assistente de direção do filme.

Menino de Engenho

Publicado em: 14 de setembro de 2011 por CPCB Nenhum Comentário

Menino de Engenho, de 1965, de Walter Lima Júnior, foi, em sua maior parte, restaurado a partir de seus negativos originais. Alguns trechos da matriz de imagem, já em avançado estágio de degradação, foram substituídos por outros elementos de preservação. O negativo de som foi digitalizado, filtrado e remixado com o objetivo de refazer a matriz sonora, livre das imperfeições causadas pela má conservação.

A restauração foi realizada entre junho de 2001 e setembro de 2003. O processo de restauração teve sessões de acompanhamento – mensais no início e quinzenais nos seis últimos meses –, das quais participaram o diretor do filme e Carlos Augusto Brandão e Myrna Brandão, do CPCB. Participaram, ainda, em sessões específicas, o biógrafo do diretor, Carlos Alberto Mattos, e o cineasta Walter Carvalho, na fase de marcação de luz.

Tudo Azul

Publicado em: 14 de setembro de 2011 por CPCB 7 Comentários

Tudo Azul foi restaurado pelo CPCB em 2001 em projeto incentivado pela Lei Rouanet, patrocínio da BR Petrobras Distribuidora e com o apoio da Labocine.

O som do filme estava quase destruído, sendo necessário um trabalho longo e meticuloso para restaurá-lo. Em determinadas cenas havia a imagem, mas alguns diálogos estavam completamente inaudíveis.

A reconstituição desses trechos só foi possível com a ajuda do Instituto de Surdos e Mudos. Três portadores de deficiência auditiva conseguiram, através da leitura labial, reconstituir os diálogos. Posteriormente, os atores Luiz Delfino e Marlene realizram a dublagem.

O trabalho de restauração foi realizado na Labocine, por equipe coordenada por Francisco Moreira e teve sessões de acompanhamento – mensais no início e quinzenais nos seis últimos meses – das quais participaram Carlos Augusto Brandão e Myrna Brandão do CPCB.

Tudo Azul, último filme de Moacyr Fenelon (1951), produzido por Rubens Berardo e roteirizado por Alinor Azevedo, tem no elenco Luiz Delfino, Marlene, Laura Suarez, Virginia Lane, Linda Batista, Jorge Goulart, Dalva de Oliveira, Blecaute, Carmélia Alves, Quatro Azes e um Coringa e a participação especial da Escola de Samba Império Serrano.

O filme é um clássico do cinema brasileiro, com músicas do carnaval de 1952, como Sassaricando, Estrela do Mar, Eva, Apanhador de Papel e Maria Candelária, entre outros.

Aviso aos Navegantes

Publicado em: 14 de setembro de 2011 por CPCB 2 Comentários

Aviso aos Navegantes, de Watson Macedo, de 1949, teve seus negativos restaurados nos anos de 1999 e 2000 – numa iniciativa do Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro, em projeto incentivado pela Lei Rouanet, patrocinado pela BR Petrobras Distribuidora e apoio da Labocine e da Rob Filmes.

O filme encontrava-se em avançado estado de deterioração. Para as diversas etapas da restauração foi necessário utilizar várias fontes, quais sejam, filmes em 35mm, 16mm e até cópias em vídeo VHS.

Tendo em vista as naturais diferenças das fontes utilizadas, o filme necessita ainda de uma equalização das imagens, que somente poderá ser conseguida através de um aperfeiçoamento digital.

O trabalho de restauração foi realizado na Labocine por equipe coordenada por Francisco Moreira. Contou com a colaboração do técnico e pesquisador Mauro Dominguez, do CTAv e a supervisão de Carlos Augusto Brandão e Myrna Brandão do CPCB.

Nas fases de prospecção houve a participação de Germana Araújo, Eduardo Giffoni e Wanderci Chagas Aguiar da Atlântida Cinematográfica. Na etapa final, a restauração foi acompanhada por Eduardo Giffoni, curador do estúdio na época.

Aviso aos Navegantes, clássico de uma época importante do cinema brasileiro e  uma das melhores obras da fase da chanchada, tem no elenco, além da famosa dupla Oscarito e Grande Otelo, muitos ícones daquele período fértil como José Lewgoy, Anselmo Duarte, Eliana, Ivon Cúri, Emilinha Borba e tantos outros. Além disso, tem a  alegria e ingenuidade que faziam delirar o público da época. Hoje as cenas desse filme já fazem parte de um pedaço da nossa história cultural e da nossa memória.